FBI diz que levaria 103 anos para acessar computadores da Odebrecht
24/01/2017 09:32
A existência desses servidores na Suíça foi revelada no início de 2016 por funcionários do Setor de Operações Estruturadas, o chamado “departamento de propinas”. Eles contaram que, para consultar os documentos, o sistema exigia um código secreto que era trocado diariamente, além do uso de uma chave no computador central. Os funcionários explicaram que desconheciam esta chave.
Quase um ano após os investigadores da Operação Lava-Jato identificarem servidores da Odebrecht na Suíça, parte das informações da empreiteira sobre transferências e pagamentos de propinas pelo mundo continua em segredo. Sem conseguir acessar os dados, protegidos por uma série de códigos e chave de segurança, a Procuradoria-Geral da República recorreu até ao FBI, órgão de investigação dos Estados Unidos.
A resposta dos americanos, porém, não foi nada animadora. Em comunicado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o FBI disse que, mesmo usando toda a sua tecnologia disponível, precisaria de 103 anos para superar as sofisticadas camadas de proteção dos servidores da Odebrecht.
A existência desses servidores na Suíça foi revelada no início de 2016 por funcionários do Setor de Operações Estruturadas, o chamado “departamento de propinas”. Eles contaram que, para consultar os documentos, o sistema exigia um código secreto que era trocado diariamente, além do uso de uma chave no computador central. Os funcionários explicaram que desconheciam esta chave.
Após o pedido de ajuda dos investigadores brasileiros, o FBI indicou que estava disposto a ajudar e que, de fato, poderia romper o código se soubesse qual havia sido o último computador a fazer uma conexão ao servidor. Uma vez mais, porém, os delatores da Odebrecht indicaram que não tinham esse controle e que não saberiam dar uma resposta. Eram os altos executivos da empreiteira que davam as ordens para os pagamentos de propinas a políticos.
O FBI, então, explicou a Janot que poderia iniciar um processo para tentar romper o código. Mas, que, por suas previsões, teria de fazer simulações com diferentes combinações de códigos por 103 anos para que pudesse superar o sistema de proteção criado pela Odebrecht.
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Fonte: correio Braziliense