Polícia Federal prende ex-prefeito e grupo suspeito por desvios milionários da Funasa e da Codevasf

26/06/2017 12:58
Divulgação/PF
Agentes da Polícia Federal durante diligências da Operação Pastor no Piauí
 
 
Por Edjalma BorgesEspecial para o Congresso em Foco
A Polícia Federal e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram ação conjunta para desarticular uma organização criminosa responsável por desviar recursos públicos federais no município de Dom Inocêncio, a 597 km de Teresina, capital do Piauí. Cerca de 60 agentes, entre policiais federais, auditores e técnicos da CGU, cumpriram 14 mandados de buscas e apreensão que se estenderam também por São Raimundo Nonato e Teresina. Os desvios envolvem verbas nas áreas de educação, integração nacional e saúde e, segundo as investigações, o prejuízos aos cofres públicos já chegou a R$ 5 milhões até o momento.
Deflagrada na manhã da última quarta-feira (21), a Operação Pastor cumpriu dois mandados de prisão preventivas – uma contra o ex-prefeito de Dom Inocêncio, Inocêncio Leal Parente, e o empresário Décio Macêdo, da construtora Jenipapo, de São Raimundo Nonato. Também foram cumpridos outros seis mandados de prisão provisória de ex-secretários municipais de Administração e Finanças de Dom Inocêncio, entre outros investigados.
Técnicos da CGU constaram a não realização, por parte da Prefeitura de Dom Inocêncio, de obras conveniadas com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A investigação também demonstrou que a empresa integrante da organização criminosa recebeu valores por serviços não prestados ao município.
Expansão corruptora
Durante coletiva de imprensa a jornalistas em Teresina, o procurador da República responsável pelo caso, Patrício Noé da Fonseca, disse que o líder da organização criminosa é o próprio ex-prefeito Inocêncio Leal Parente, que é sócio de Décio Macêdo em empresa beneficiada com as fraudes em licitação. O procurador explicou que mesmo após deixar a prefeitura, Inocêncio continuava a delinquir, expandido o esquema de corrupção para outros municípios piauienses.
“Como gestor, o ex-prefeito assinava os empenhos, contratos de obras, e o resultado das licitações”, afirmou o procurador, acrescentando que há interceptações telefônicas no conjunto probatório a mostrar que o ex-prefeito pré-determinava a empresa vencedora das licitações.
 
A Operação Pastor foi coordenada polo delegado Albert Moura, chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF no Piauí. Ele informou que foram presas oito pessoas até o momento, todas no estado. “São recursos destinados a melhorar a vida da população que não eram aplicados, pois havia fraudes em licitações”, afirmou.
 
www.chorrochoonline.com
Fonte: Ferraz e o Povo