“Sou radicalmente contra o cancelamento das eleições”, afirma o ministro Luís Roberto Barroso

22/04/2020 14:35

Barroso avalia que não é o momento para tomar uma decisão quanto ao adiamento das eleições | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, que deve tomar posse em Maio, afirmou, na noite de ontem, durante entrevista ao colunista Josias de Souza, do Portal Uol, que é contra o cancelamento das eleições e a ampliação dos mandatos de vereadores e de prefeitos para 2022, quando seria realizada uma eleição simultânea para todos os cargos eletivos, de vereador a presidente da república.

Barroso avalia que não é o momento para tomar uma decisão quanto ao adiamento das eleições por conta da pandemia do novo coronavírus.

“Estamos monitorando a evolução da doença. Há muitas posições científicas contrapostas. Há pessoas que sustentam que vamos ter um pico em Abril e Maio, e um decréscimo a partir de Junho. Há pessoas que defendem, pessoas sérias, por que isso é meio imprevisível mesmo, que acham que só começar a cair em setembro. Evidentemente que se começar a cair só em setembro, não há como nós realizarmos as eleição, porque as convenções partidárias são em agosto e a campanha começa em 15 de agosto. Portanto, eu não gostaria de adiar as eleições, acho que ainda não é preciso decidir isso, neste momento, mas acho que não podemos fechar os olhos a essa possibilidade, a esse risco”, explicou Barroso ao colunista do Portal Uol.

O futuro presidente do TSE estabelece o mês de junho como data máxima para tomar uma decisão em relação ao adiamento das eleições. Ele afirma que, caso o tribunal opte pelo adiamento, ele será o “mínimo inevitável”, sinalizando posição favorável a um adiamento dentro do mesmo ano, tendo o mês de Dezembro como limite.

“Eu imaginaria Junho, como sendo o momento em que nós teremos que ter uma definição; Se tivermos que adiar, que seja no período mínimo inevitável, para que as eleições possam ser feita com segurança para população, a saúde da população é o bem maior a ser protegido e, logo em segundo lugar, vem o respeito aos ritos da democracia. Portanto, se tiver que adiar duas semanas, quatro semanas, oito semanas, o mínimo inevitável.O que eu sou radicalmente contra é o cancelamento das eleições e essa proposta de fazê-las todas coincidir em 2022”, ressalta o futuro presidente do TSE ao jornalista do Uol.