FARC E PRESIDENTE DA COLÔMBIA ESTÃO PERTO DE UM ACORDO DE PAZ

10/02/2013 11:37

                                        Presidente da Colômbia admite que Farc têm vontade de firmar acordo de paz

                                   

 

BOGOTÁ, 8 Fev (Reuters) - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reconheceu nesta sexta-feira que vê disposição no grupo guerrilheiro Farc para chegar a um acordo de paz que leve ao fim do conflito interno, iniciado há quase cinco décadas, e assegurou que não deixará a mesa de negociações enquanto os rebeldes mantiverem essa atitude.

Santos deu a declaração depois do surgimento de tensões por causa do recrudescimento das ações ofensivas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (as Farc), as quais incluíram atentados e o sequestro de dois policiais e um soldado.

O governo respondeu aos ataques e, num bombardeio, matou seis guerrilheiros, entre os quais um dirigente próximo a Iván Márquez, o chefe dos negociadores das Farc nas reuniões que acontecem há dois meses e meio em Cuba.

"Se eu vir que não há vontade, aí, sim, me levantarei, mas até agora o que tenho visto é que, sim, há vontade", disse Santos durante uma cerimônia do governo.

"Enquanto eu vir que há vontade da outra parte de chegar a um acordo, tenham a certeza de que não me levantarei da mesa: vou perseverar", acrescentou o presidente, um economista de 61 anos educado nos Estados Unidos e na Inglaterra.

A atual negociação de paz, que transcorre sob o princípio de que "nada está fechado até que cheguemos a um acordo sobre tudo", é a quarta tentativa oficial de pôr fim ao sangrento conflito armado que causou milhares de mortes e impede um maior crescimento da Colômbia, a quarta economia da América Latina.

O governo e a guerrilha discutem cinco grandes questões: desenvolvimento agrícola, garantia de participação na vida política, fim do conflito, luta contra o narcotráfico e compensação às vítimas.

 

                                

 

FARC-EP, sua criação se deu em 1964 apenas como uma guerrilha-revolucionária do Partido Comunista Colombiano. As FARC são uma das mais capacitadas, equipadas e a mais antiga das forças insurgentes do continente sul-americano. Foi durante a realização da Conferência da Sétima Guerrilha, no ano de 1982, que a denominação Ejército del Pueblo ou Exército do Povo (EP) foi adicionada ao nome oficial do grupo.

A direção da FARC-EP é feita por um secretário, Manuel Marulanda Vélez, mais conhecido como Tirofijo, e seis outros membros, incluindo o sênior comandante militar Jorge Briceño, também conhecido por Mono Jojoy. Sua organização é juntamente às linhas militares e inclui diversas fontes urbanas. Tem aproximadamente 12.000 a 18.000 membros dos quais mantém presença em aproximadamente 80% do território Colombiano, comandando grande parte dele, a maioria em florestas e selvas a sudeste da base das montanhas dos Andes.

Em muitos países as FARC são classificadas como organização terrorista. Mas ela se auto proclamou uma organização político-militar marxista-leninista de inspiração bolivariana . A FARC diz representar a população rural contra as classes abastadas e se opõe à influência do EUA na Colômbia. A organização argumenta que esses objetivos motivam os esforços do grupo pela tomada do poder na Colômbia através de uma revolução armada. Segundo o governo norte-americano, as FARC obtêm financiamento principalmente através de extorsões, seqüestros e tráfico de drogas. A maior parte do combatentes e informantes das FARC são menores de idade, estima-se que cerca de 20 à 30 por cento têm menos de 18 anos.

 

Redação do chorrochoonline.com

Fonte: REUTERS e R7.com