GEDDEL VAI PARA ALA DE SEGURANÇA MÁXIMA

19/07/2018 21:09
Ex-senador Luiz Estevão e ex-ministro Geddel são transferidos para ala de segurança máxima da Papuda
 
Presos ficarão em celas individuais. Decisão foi tomada após denúncias de regalias dentro do presídio.
 
Por Mara Puljiz, TV Globo
Geddel Vieira Lima e Luiz Estevão, em montagem 
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil e Ueslei Marcelino/Agif/AE)
 
 
O ex-senador Luiz Estevão (ex-PMDB-DF) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA), presos no Complexo da Papuda, em Brasília, foram transferidos nesta quinta-feira (19) para a ala de segurança máxima da penitenciária. A decisão da Vara de Execuções Penais do DF foi tomada após denúncias de que os políticos eram privilegiados com regalias nas celas.
 
Estevão e Geddel estão agora em celas individuais. O banho de sol também passa a ser individual – ou seja, eles não deverão ter contato com outros detentos.
 
No dia 17 de junho passado, a Polícia Civil do Distrito Federal fez buscas nas celas onde estavam o ex-senador e o ex-ministro da Articulação Política do governo Michel Temer. As buscas, deflagradas pela Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Cecor) da Polícia Civil do DF e autorizadas pela Justiça, foram feitas a partir da denúncia de um preso.
 
Nas celas foram encontradas barras de chocolate, anotações que seriam de Geddel e pelo menos cinco pendrives – supostamente, de Luiz Estevão.
 
Pendrive apreendido pela Polícia Civil na cela de Luiz Estevão na Papuda
 (Foto: Letícia Carvalho/G1)
 
 
Esta não é a primeira vez que Justiça do Distrito Federal determina que o ex-senador Luiz Estevão fique isolado no Complexo da Papuda por “falta disciplinar”. Em janeiro de 2017, uma revista na cela do empresário e na cantina do bloco encontrou “diversos itens proibidos, tais como cafeteira, cápsulas de café, chocolate, massa importada, dentre outros”.
Promotores comparam ala reformada onde Luiz Estevão cumpre pena e outro ambiente da mesma unidade (Foto: Reprodução)
 
Condenações
 
Condenado a 26 anos de prisão, Luiz Estevão também é acusado pelo Ministério Público de ter financiado a reforma do bloco onde cumpre pena. Ex-diretores do sistema penitenciário também são acusados de serem coniventes. Segundo o MP, a reforma foi paga por meio de uma empresa de fachada.
 
Luiz Estevão cumpre pena desde março de 2016. A condenação a 31 anos de prisão foi imposta pela Justiça de São Paulo. Eles responde pelos crimes de corrupção ativa, estelionato, peculato, formação de quadrilha e uso de documento falso nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Como dois dos crimes – quadrilha e uso de documento falso – prescreveram, a pena final caiu para 26 anos.
 
Geddel Vieira Lima foi denunciado na operação Cui Bono e está preso em Brasília desde setembro – antes, ele passou três meses em prisão domiciliar na Bahia. Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento atribuído a ele, em Salvador (BA).
 
Geddel foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. Ele está em prisão preventiva e ainda aguarda julgamento.