Os festejos de Chorrochó e a ausência do padre Mariano. Por Walter Araújo

22/01/2018 13:48

Em 2018, a abertura dos festejos do padroeiro Senhor do Bonfim de Chorrochó não pôde contar com a presença do padre Mariano. A ausência do ex-vigário da paróquia deixou um vazio, uma lacuna, um quê de saudade.

Padre Mariano não anda muito bem de saúde, talvez cansado em razão da dedicação diuturna às coisas da Igreja. Quiçá refletindo sobre seu caminho, sua luta, seu passado de feitos e glórias.

Salvo melhor juízo - e se minha esburacada memória não estiver sucumbindo ao abismo dos fatos - padre Mariano Pietro Brentan chegou a Chorrochó em 04.01.1986. Portanto, trinta e dois anos se completam neste mês de janeiro de 2018, quando se realiza a tradicional festa do padroeiro Senhor do Bonfim. Sua destinação como pároco da Freguesia de Senhor do Bonfim de Chorrochó deu-se em 06 de abril de 1986.

Padre Mariano se incumbiu da grandiosa tarefa de substituir o padre e primeiro vigário da paróquia, Ulisses Mônaco Conceição, ícone admirável da Igreja de Chorrochó e isto por si só se basta: tarefa ingente, honrosa, difícil, grandiosa.

Grande empreendedor, zeloso competente das coisas da Igreja, padre Mariano conciliou, com eficiência, enquanto à frente da paróquia, seu mister de sacerdote, pescador de homens, com um trabalho incessante em benefício de Chorrochó.

Angariou condições para construções voltadas à Igreja e, mais ainda, empreendeu uma admirável obra social direcionada aos paroquianos. São exemplos: a capela Nossa Senhora da Conceição e a construção do Centro Paroquial de Chorrochó.

Com a atuação do padre Mariano, a paróquia deixou de ser um núcleo essencialmente urbano para transformar-se num edificante exemplo de amparo às comunidades rurais de Chorrochó.

Conheci padre Mariano Pietro Brentan em circunstância casual. Fui-lhe apresentado na residência de Maria do Socorro Menezes Ribeiro e Virgílio Ribeiro de Andrade, em Chorrochó. Data inesquecível, memorável, agradavelmente interessante.

Tivemos uma conversa longa sobre a Igreja, suas tradições e, sobretudo, as dificuldades por que passava um vigário do interior. Conversa inesquecível, marcante, edificante.

Impressionei-me com a decência, cordialidade, cultura e espírito de solidariedade demonstrada pelo padre, à época ilustre representante da Igreja Católica em Chorrochó.

Educado, sonhador, responsável ao extremo pelo ofício religioso que lhe foi confiado, padre Mariano é, seguramente, um defensor intransigente da fé católica, que a exalta admiravelmente.

O que sei – e sei pouco de sua vida – é que é italiano nascido em 06.06.1938, ordenado em 08 de dezembro de 1985 em Euclides da Cunha e, em razão dessas decisões que a Igreja determina aos membros de seu clero, veio parar em Chorrochó. É o que o Direito Canônico denomina de residente não incardinado, ou seja, uma liberação do religioso pela Igreja, para algum lugar, por determinado tempo. Ele ficou em nosso meio, para alegria e benefício dos paroquianos de Chorrochó durante muito tempo.

Dedicado, obediente às normas da Santa Sé universalmente aceitas, padre Mariano veio robustecer a história de Igreja de Chorrochó. Um fato louvável, espiritualmente valioso.  

Padre Mariano Pietro Brentan é dedicado, culto, atencioso. Se eu pudesse, instituiria uma diocese e lhe entregaria. Ele, certamente, cuidaria muito bem dela, com seu talento de sacerdote e vocação de apóstolo de Cristo.

Hoje padre Mariano está fragilizado pela idade e cuidando de sua saúde, motivos relevantes para ausentar-se das festividades deste ano na Igreja de Chorrochó.

 

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