USO DA MACONHA Maconha alivia estresse e ansiedade, mas pode piorar depressão no longo prazo

02/07/2019 18:17

Dentro de quatro meses, 50 exemplares da Ararinha-Azul devem chegar ao Brasil, repatriadas da Alemanha. O retorno à casa foi anunciado em junho durante a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), que mantém as aves.

Ao chegarem, provavelmente no mês de novembro, as ararinhas serão levadas para o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, unidade de conservação criada no ano passado, em Curaçá, no norte da Bahia, especialmente para receber as aves. O local é habitat histórico da espécie, considerada extinta na natureza desde 2000 após ser alvo durante anos de caçadores e traficantes de animais.

Depois de um período de adaptação em viveiro, elas serão, enfim, soltas na natureza, concretizando um sonho acalentado há anos pelos integrantes do Projeto de Reintrodução da Ararinha-Azul, coordenado pelo ICMBio e executado com a ajuda de parceiros do Brasil e do exterior. Atualmente, existem apenas 163 exemplares da ave em cativeiro no mundo, sendo 13 no Brasil.

Exemplares

Segundo o ICMBio, os 166 exemplares estão mantidos em cativeiro. Além dos 13 no Brasil, há 147 na Alemanha, dois na Bélgica e quatro em Singapura, países que participam do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul. Ao chegar ao Brasil, explicou, as ararinhas vão para o Centro de Reintrodução e Reprodução da Ararinha-azul, que está sendo construído no interior do Refúgio de Vida Silvestre, em Curaçá. Durante o período de adaptação, as aves ficarão sob a guarda da ACTP, que mantém 90% das ararinhas-azuis em cativeiro do mundo após receber os exemplares que estavam em instituição no Catar, recentemente fechada.

Histórico

Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, e exclusiva da Caatinga brasileira, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000 e até hoje não se sabe se morreu ou foi capturado por alguém.

Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. Quase todos no exterior. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.

Rara, a espécie vivia originalmente numa pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no norte da Bahia, onde o governo federal criou em junho de 2018 duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie e para conservar o bioma da caatinga. Um centro de reprodução está sendo construído no local para receber as 50 araras vindas da Alemanha e reproduzir os filhotes que serão liberados na natureza.

Via Carlos Britto