A Bahia é o 4º maior produtor de cebola do País e plantio da cebola segue na contramão da crise
A cebola tem feito os produtores baianos dessa hortaliça sorrirem à toa. O produto, que no ano passado chegou a ter o quilo comercializado a R$ 1,40 - metade do preço normalmente praticado -, bateu o valor de R$ 7 no primeiro semestre de 2015.
A alta da cebola foi de cerca de 150%, entre julho de 2014 e o mesmo mês desse ano. Mesmo com uma queda de 13% nas últimas semanas, por conta das colheitas de agosto no Sudeste, Nordeste e em Goiás, a estimativa é de que o preço ainda se mantenha elevado pelos próximos meses, ainda que um pouco mais baixo do que o valor atual.
"Estamos navegando na contramão do Brasil. Aqui não se sente a crise", diz Rogério Cleber Viana, que há 20 anos planta a hortaliça em João Dourado, microrregião de Irecê.
"O lucro que a cebola deu, esse ano, foi ímpar. Nunca vi igual", ratifica o produtor do mesmo município, Diamerson Cardoso.
A região de Irecê é uma das mais produtivas do País nessa cultura. Municípios como João Dourado, Cafarnaum e América Dourado estão sentindo os efeitos da valorização da hortaliça.
A Bahia, aliás, é um dos principais produtores de cebola do Brasil, ficando atrás de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
"O gasto para produzir, por hectare, é de R$ 30 mil. Em 2014, a gente apurava R$ 60 mil por hectare. Esse ano, deu para fazer R$ 150 mil", compara Rogério.
Esse quadro tem provocado o aumento da área plantada na região de Irecê, entre 20% e 30%, estima-se.
Cautela
Mas, apesar do bom momento, há quem veja o futuro com cautela. Diamerson Cardoso acredita que o aumento da área plantada de cebola pode gerar uma super oferta, o que rebaixaria o preço desse produto no mercado.
Ele, que costuma plantar tomate em 60% da sua área, reservando o restante à cebola, pensa em aumentar para 70% a proporção do tomate no próximo ano.
O secretário executivo da Câmara Setorial de Hortaliças da Bahia, Evilásio Fraga, destaca, além do aumento da área plantada e dos custos de produção mais altos por causa da valorização do dólar, o problema de escassez hídrica na região. Esse recurso é fundamental já que o cultivo é irrigado.
"Irecê, há três anos, estava de pires na mão. Nesse inverno, a recuperação dos lençóis freáticos melhorou. Mas se não chover em novembro, os produtores vão estar com o pires na mão outra vez", avalia.
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Fonte: A tarde uol