A DIFÍCIL VIDA FÁCIL DE UM MINISTRO DA JUSTIÇA

MINISTRO DA JUSTIÇA, JOSÉ EDUARDO CARDOSO, DEIXA CAIR A FICHA QUE NÃO VIVE NUM PAÍS NADA SÉRIO

Quando foi nomeado para ser o ministro da Justiça de um país com mais de 200 milhões de habitantes, José Eduardo Cardozo deve ter pensado em conceitos como o Direito, a Ética, a Filosofia, a Moral e a Religião e suas aplicações no contexto social. O ministro pode ter intuído sobre o equilíbrio e a verdade. Muito provavelmente, Cardozo buscou em sua biblioteca pensadores que pudessem inspirar sua jornada – no comando de uma pasta tão relevante.

Quis o destino, no entanto, que Edu, Dudu ou Duda – como devem chamá-lo carinhosamente os mais íntimos – tivesse de pegar um avião nos primeiros dias deste ano rumo ao aeroporto do Tirirical, em São Luís do Maranhão. Ali, no belíssimo Palácio dos Leões, ao lado de Roseana Sarney, ele viu ruir todo e qualquer conceito de ética, de moral ou de qualquer outra baboseira.

A partir daquele momento, Cardozo deixou cair a ficha de que não vive num país sério, de que não estava num estado sério e de que, muito menos, estava ao lado de uma pessoa com um mínimo de seriedade. Então, Edu, Dudu ou Duda – como devem chamá-lo carinhosamente os mais íntimos – sentiu vergonha, asco e constrangimento.

As fotos – publicadas na grande imprensa – falam por si. Como na série de TV norte-americana “Lie to me” – baseada nos estudos do emérito professor e consultor antiterrorismo Paul Elkman – José Eduardo Cardozo deixou seu corpo falar. Num dos flagrantes, com a mão sobre a boca, ele parece dizer “eu não acredito no que estou ouvindo”. Mais adiante, ele quase irrompe numa sonora gargalhada diante da criatividade de sua interlocutora.

Porém, ao lembrar, finalmente, que estava ali – no auge da carreira – a serviço do país e que, mesmo se quisesse, não poderia contestar uma palavra do que ouvia, Cardozo acabou deprimindo. Porque é deprimente participar de um episódio como este e, simplesmente, ter de continuar o trabalho.

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FONTE: OPINIÃO E NOTÍCIA