A lambuzada do médico Cubano: "Quem nunca comeu mel quando come se lambuza" Por Walter Araújo

24/12/2014 09:24

                                  

       “Quem nunca comeu mel quando come se lambuza”, sábio ditado avoengo que se diz nas caatingas do meu Nordeste.

                Volto ao mesmo assunto. Um cidadão cubano, médico que presta serviço em Chorrochó, município do sertão da Bahia, andou escrevendo umas idiotices e ofendeu, barbaramente, toda a sociedade.

                O médico usou a internet para dizer aleivosias, expressar termos pornográficos, palavras obscenas, imorais e abomináveis contra os chorrochoenses. E, mais do que isto, intrometeu-se em assuntos estritamente nossos ao dizer que somos malnascidos.  

Lá em Cuba, a média do salário de um cubano, inclusive médico, é US$ 20 (vinte dólares americanos), ou seja, R$ 50,00 (cinqüenta reais) por mês, aproximadamente.

                A internet, em Cuba, é monopólio da empresa estatal ETECSA, que controla o acesso com mão de ferro. O acesso é restrito a páginas oficiais, assuntos educativos e sites de países amigos da ditadura de Fidel Castro. Cuba não permite web em residências, exceto em casos especialíssimos, como de profissionais ligados a universidades.

Estudantes estrangeiros têm direito à rede mundial, mas o regime de Fidel e de seu irmão Raúl não permite que os cubanos acessem o conteúdo livremente. Interessante é que os estudantes estrangeiros podem alugar a internet para os cubanos, mas acontece que eles não conseguem pagar, em razão de absoluta falta de condições financeiras e, por redundância, não têm acesso.

       Esses dados de Cuba constam em matéria recente do jornal "O Estado de S.Paulo". É só conferir.

                Pois é, diante deste quadro sombrio em seu país, vem o médico utilizar uma rede social poderosíssima, que lá ele não pode usar, para ofender a dignidade do povo de Chorrochó e, por extensão, de todos os nordestinos.

                Ele, de fato, se lambuzou. O salário que teoricamente receberia em Cuba, por mês, não dá para pagar a cerveja que bebe aqui durante uma hora em seus encontros. E imagens o mostram se regalando, melhor dizendo, se lambuzando, no mel que antes nunca teve. Mas nós, de Chorrochó, somos assim, temos mel até para dar para forasteiros arrogantes.

                A ditadura de Cuba alega que o acesso à internet altera a visão que os cubanos têm do mundo e de si mesmos. Na realidade, o regime impede que eles conheçam as maravilhas de outros países, inclusive o direito de expressão e de liberdade. E como se vê, a visão que o referido médico tem do mundo é realmente muito estreita, tanto que acha que em Chorrochó pode dizer essas asneiras. Sua visão é acanhada, pequena, destorcida.      

                O médico que se lambuzou em Chorrochó nunca teve liberdade, não sabe o que é liberdade. Viu-se deslumbrado. Bebe, passeia em carro de luxo e usa a internet, que nunca teve em seu país, para ofender a todos nós. Resta saber se diante de tanto deslumbramento ele ainda tem tempo para trabalhar competentemente e atender nossos doentes. Afinal, nós o pagamos para trabalhar e não para nos ofender.

                Trata-se de um típico caso de inexperiência, que impede o médico de crescer em outro país que não o seu. Mesmo tendo oportunidade, continua reduzido, mentalmente, ao seu pequeno mundo de Cuba.

      É oportuno lembrar que ele está em Chorrochó, salvo melhor juízo, por força de um programa do governo federal firmado entre Brasil e Cuba, o que não é pouco, o Mais Médicos. Deve, no mínimo, respeito ao nosso País e à nossa gente.

                Indignação foi a palavra que mais ouvi nesses últimos dias, vinda de amigos, leitores e pessoas de Chorrochó. É uma indignação entalada e incômoda. Sinal inconteste de que nossa dignidade foi mesmo arranhada.

 

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Fonte: Blog do Walter