As Forças Armadas aprovaram a aquisição de mais de 35 mil unidades de Viagra

11/04/2022 21:43


Brasília - As Forças Armadas aprovaram a aquisição de mais de 35 mil unidades de Viagra, um remédio que é comumente usado no tratamento de disfunção erétil, além de remédios para a calvície. Oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, de acordo comdados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal. As informações foram reveladas pela coluna da jornalista Bela Megale do O Globo.
Nos processos de aquisição, o medicamento é identificado pelo nome do princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (Viagra), nas dosagens de 25 mg e 50 mg. O maior volume, de 28.320 comprimidos, tem como destino a Marinha. Outros cinco 5 mil comprimidos foram aprovados para Exército e outros 2 mil, para Aeronáutica. 
Os relatórios também mostraram que a pasta adquiriu substâncias como Minoxidil e Finasterida, os dois principais meios de combate à calvície masculina. O custo foi de R$ 2,1 mil empenhados entre 2018 e 2020.
Após descobrir as compras, que foram autenticadas em 2020 e 2021 e seguem válidas no ano de 2022, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apresentou ao Ministério da Defesa uma solicitação na qual pede explicações sobre os processos de compra do medicamento.
"Precisamos entender por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e nessa quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país enfrentam, com frequência, falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas, como insulina, e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. A sociedade merece uma explicação", declarou o parlamentar. 
Depois da divulgação do caso, a Marinha e a Aeronáutica se manifestaram e afirmaram que as licitações visam ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), "uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar".
Ainda de acordo com a instituição, essa síndrome "pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar", além de ser uma "doença grave e progressiva que pode levar à morte". Já o Exército não se pronunciou.