Apesar do foco dado ao novo coronavírus, a covid-19 não é a única que doença que preocupa a Bahia neste momento. No estado, 79 municípios vivem em nível de epidemia para a dengue há pelo menos um mês, segundo os dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O balanço considera casos notificados até o dia 16 de maio. O número total é de 41.411. No mesmo período do ano passado, foram 30.943, o que representa um aumento de 33,8%. Para determinar a gravidade da situação e emitir o alerta epidemiológico para as cidades — o que aconteceu na última sexta-feira (29), a pasta utiliza o chamado coeficiente de incidência, que classifica o grau de ocorrência de casos em cada município. Na Bahia, as três cidades mais afetadas são Barra do Rocha, Marcionilio Souza e Uibaí. O alerta reafirma um aviso já enviado pela pasta anteriormente e serve para chamar atenção das cidades para a situação e elencar ações e recomendações que precisam ser adotadas ou intensificadas nesse momento.
O coordenador de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesab, Gabriel Muricy, explica como o estado de epidemia é detectado. “O coeficiente de incidência é um número calculado a partir da quantidade de casos em relação ao tamanho da população. Uma medida que permite que a gente compare riscos, em municípios de tamanhos diferentes. A gente não pode só considerar os números absolutos, porque o impacto de 10 casos num município que tem milhões de habitantes é diferente do impacto de 10 casos em uma cidade que só tenha 2 ou 3 mil habitantes”, explica.
Segundo ele, quando o coeficiente registrado é maior do que a média histórica - calculada com dados dos últimos 10 anos - do período, é que o município passa a ser considerado em cenário de epidemia. Esse índice, no entanto, pode variar muito rapidamente. “O município chama ainda mais atenção quando apresenta uma epidemia sustentada, ou seja, quando durante as quatro últimas semanas epidemiológicas analisadas tem o coeficiente maior do que o limite máximo já registrado para o período”, detalha. É essa justamente a situação de 79 cidades baianas, segundo a Sesab.
Por parte do estado, as ações têm sido intensificadas desde 2018, segundo Gabriel Muricy. “Quem executa ações de rotina para combate é o município. O estado tem o papel de nortear, de capacitar, de coordenar e de enfrentar junto no momento em que a situação foge à capacidade de resposta. De 2018 até aqui existiram uma série de ações: compra de materiais de trabalho, renovação de frota do carro do chamado fumacê...”, explica.
O grande número de municípios enfrentando a doença não é uma surpresa. “O ano passado já foi de epidemia para dengue na América Latina, no Brasil e também na Bahia. Esse ano, o que a gente vem percebendo é que isso se mantém”, detalha o coordenador.
A médica infectologista Melissa Falcão chama atenção para a importância de lembrar e tomar os cuidados referentes às arboviroses, principalmente em tempos de isolamento social. “Por conta da pandemia, as pessoas acabam esquecendo um pouco dessas doenças. É preciso aproveitar que se está em casa para fazer uma varredura e eliminar qualquer tipo de ambiente favorável ao mosquito”, alerta. O trabalho dos agentes envolve rondas periódicas na cidade, além dos chamados bloqueios quando ações de combate - como a aplicação de veneno contra o mosquito e a busca por focos e larvas - acontece no entorno de regiões onde são identificados casos.
Entenda os sintomas e diferenças das doenças:
- Dengue Febre alta, e prostração (um cansaço generalizado). A dor no corpo é conhecida como quebra-ossos, porque se espalha e o paciente não consegue apontar onde está doendo. Vermelhidão no corpo com coceira pode ocorrer, mas a partir do terceiro dia.
- Chikungunya Febre alta. A dor é súbita, intensa e chega a ser incapacitante, impedindo a pessoa de realizar suas atividades comuns do dia a dia. A dor se concentra nas articulações e pode ocorrer rigidez matinal (principalmente nas mãos). A vermelhidão surge a partir do 4º dia e, diferente das demais, pode causar aftas.
- Zika Vermelhidão e coceira desde o primeiro dia. A febre, quando aparece, é baixa e a dor é mais leve e moderada.
- Diferença para a covid-19 Com o coronavírus, as queixas mais comuns são as respiratórias, que geralmente não ocorrem nos quadros de arboviroses (coriza, congestão nasal, dificuldade de respirar). A confusão pode ocorrer nos quadros de covid-19 onde predominam queixas gastrointestinais, já que todas as doenças podem causar febre e diarréia, mesmo não sendo sintomas mais comuns.
Confira a lista de 79 cidades com epidemia de dengue:
1.    Abaré 
		2.    Almadina
		3.    Amargosa 
		4.    América Dourada
		5.    Andorinha
		6.    Apuarema
		7.    Aracatu 
		8.    Barra do Rocha 
		9.    Barro Alto
		10.    Barro Preto 
		11.    Boquira 
		12.    Brejões 
		13.    Brumado 
		14.    Caatiba
		15.    Caetanos
		16.    Caetité
		17.    Campo Formoso
		18.    Candeias
		19.    Cansanção
		20.    Catu 
		21.    Conceição do Coité
		22.    Conceição do Jacuípe
		23.    Contendas do Sincorá
		24.    Coração de Maria
		25.    Dário Meira
		26.    Entre Rios
		27.    Fátima
		28.    Guanambi
		29.    Ibiassucê
		30.    Ibirapitanga
		31.    Ibititá
		32.    Ipiaú
		33.    Iramaia 
		34.    Iraquara
		35.    Irecê
		36.    Itaeté 
		37.    Itagibá
		38.    Itambé
		39.    Itapicuru 
		40.    Itaquara
		41.    Jaborandi
		42.    Jaguaquara
		43.    Juazeiro 
		44.    Laje 
		45.    Lamarão 
		46.    Licínio de Almeida
		47.    Macajuba
		48.    Macarani 
		49.    Maiquinique 
		50.    Maragogipe
		51.    Marcionílio Souza 
		52.    Milagres 
		53.    Mutuípe
		54.    Nilo Peçanha 
		55.    Nova Canaã
		56.    Nova Redenção
		57.    Ouriçangas
		58.    Paratinga
		59.    Piripá 
		60.    Planalto
		61.    Pojuca
		62.    Prado
		63.    Presidente Dutra
		64.    Ribeirão do Largo 
		65.    Santa Rita de Cássia
		66.    Santa Teresinha
		67.    Santaluz 
		68.    Santo Antônio de Jesus 
		69.    São Domingos 
		70.    São Félix do Coribe
		71.    São José do Jacuípe
		72.    Sítio do Quinto
		73.    Sobradinho
		74.    Teodoro Sampaio
		75.    Tucano
		76.    Ubatã
		77.    Uibaí
		78.    Utinga
		79.    Wagner 
		 
X*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco / Colaborou Hilza Cordeiro/ Fonte Correio 24 horas/ editado por Chorrochoonline
 
                