Exemplo de democrata Roberto Santos foi um divisor de águas em Feira de Santana
Governador da Bahia na década de 70, indicado pela ditadura militar, o médico e educador Roberto Santos (foto ilustração) faleceu na tarde de ontem, aos 94 anos. Em 1990 foi candidato a governador da Bahia pela oposição. Perdeu para Antônio Caros Magalhães (ACM), nome do PFL, símbolo da ditadura militar nos anos negros entre os anos de 1960 e 1980. Em Feira de Santana foi um divisor de águas na política, já que foi apoiado pelo prefeito à época Colbert Martins (1989/1992), como candidato a governador.
Contra a candidatura ficaram Luciano Ribeiro (vice-prefeito) e Celso Pereira, que era vereador, apoiando o senador Rui Bacelar que foi derrotado na convenção estadual. No mesmo período foi eleito deputado estadual o feirense Colbert Martins da Silva Filho pelo PMDB. Roberto Santos, no início da década de 80, esteve ao lado do ex-presidente da República Tancredo Neves na criação do PP, que mais tarde se fundiu com o PMDB. Em Feira de Santana esteve ao lado de Eduardo Froes da Mota, construindo uma aliança que mais tarde lhe deu a condição de ser candidato a governador apoiado por Chico Pinto e Colbert Martins. (Na época eu era convencional suplente e votei em Rui Bacelar).
Criou o Centro Social Urbano (CSU), o Centro de Convenções, a Urbis, iniciou Pedra do Cavalo e foi um marco na democracia, rompendo com o carlismo na década de 80. Fica o meu testemunho, de conhecer um homem integro, democrático e leal, pois convivi na formação do Partido Popular (PP) e posteriormente na fusão com o PMDB. Registro: Carregou a pecha de ter colocado os cachorros nos estudantes em uma manifestação da UFBA, o que sempre rechaçado pelo educador. Roberto Santos foi ministro da Saúde no governo José Sarney, na Nova República (1985/1989), e teve uma grande contribuição na redemocratização do país.