Gustafsson provou: Jon Jones é humano. Sangrou, foi derrubado. Ganhou por um triz a melhor luta do ano. Campeão imbatível no UFC é lenda, não existe…

22/09/2013 11:13

1gettyimages Gustafsson provou: Jon Jones é humano. Sangrou, foi derrubado. Ganhou por um triz a melhor luta do ano. Campeão imbatível no UFC é lenda, não existe...
O supercílio direito sangrando.

Amparado ele mal conseguia andar para os vestiários.

Boca inchada.

O sueco Alexander Gustafsson provou que Jon Jones é humano.

Fez o americano sofrer nos cinco emocionantes rounds.

Conseguiu dois feitos inéditos logo no início da luta.

Primeiro, com um cruzado abrir o supercílio de Jon Jones.

A confiança do campeão dos meio pesados ficou abalada.

Pela primeira vez sentia o sangue escorrer pelo rosto.

A segunda façanha de Gustafsson foi derrubá-lo.

Os milhares de torcedores em Toronto no Canadá não acreditavam.

Jones era franco favorito na sua sexta defesa de título.

Mas ficou claro durante todo o combate que o preparo físico foi seu inimigo.

Com uma movimentação intensa, o europeu estava bem melhor.

Ele conseguia o que parecia utopia.

Talvez até inspirado em Lioto Machida, com quem Jones detestou lutar.

Alexander socava, chutava e saía o mais rápido possível do alcance do americano.

Com a grande diferença que foi bem mais contundente do que o brasileiro.

Em fotos, Jones mostrou que sua preparação para esta luta não foi tradicional.

Talvez tenha menosprezado o adversário, mostrando uma barriga saliente.

Teve de malhar duro para voltar à forma.

Pelo menos aparentemente.

No octógono foi uma decepção.

Lento, suas cotoveladas, socos, joelhadas voadoras não entravam.

Em várias circunstâncias parecia um veterano, uma caricatura.

O sueco venceu muito bem o primeiro round.

No segundo alguns golpes de Jones o acertaram, perdeu por pouco.

Já no terceiro, estava se impondo.

Abria caminho com jabs e diretos.

A torcida se empolgava com o inesperado.

Mas no final do round, Jones encaixou uma salvadora cotovelada rodada.

E abalou o desafiante.

Mas o quarto round foi o decisivo.

Gustafsson decidiu gastar todo seu gás tentando o nocaute.

E acuou Jones com fortes socos que venceram com facilidade a guarda.

Não se esquecia de chutar muito as pernas do americano.

Estava encurralando o campeão.

Quem acompanhava a luta ficou sem respirar com o que via.

Até que Alexander baixou a guarda e caiu no truque, marca registrada de Jones.

O americano virou o corpo com toda a força, raiva.

E acertou em cheio outra cotovelada rodada.

O impacto do osso na testa do sueco foi assustador.

Logo veio o sangue e claramente ficou tonto.

Jones se vingou do que sofrera.

E desferiu várias outros cotoveladas, socos.

Gustafsson escapou de uma joelhada que mirava seu rosto.

Fugiu correndo por reflexo.

Jones também não teve energia para encurralá-lo na grade.

O campeão voltou para o quinto assalto muito melhor.

Alexander não tinha mais energia.

Nem mesmo para levantar a guarda.

Tomou alguns socos, cotoveladas rasparam seu rosto.

Ele corria, fugia, tudo o que queria era respirar.

E terminar o combate em pé.

Estava exaurido, sua força tinha ido embora.

Até tentou, em um esforço supremo, a ironia.

Uma cotovelada rodada, marca registrada do seu adversário.

Jones como um touro ferido, buscava vingança.

Mas não conseguiu o nocaute.

Ao final da luta, os dois estavam sangrando, tontos de cansaço.

Foi o melhor combate de 2013, um dos que marcarão a história do UFC.

Jones conseguiu bater o recorde de Tito Ortiz.

Alcançou seis defesas do cinturão dos meio pesados.

Tirou o título de Shogun.

Depois venceu sem dificuldade alguma cinco grandes lutadores.

Rampage Jackson, Lyoto Machida, Rashad Evans, Vitor Belfort e Chael Sonnen.

Até que encontrou no octógono Gustafsson.

2gettyimages Gustafsson provou: Jon Jones é humano. Sangrou, foi derrubado. Ganhou por um triz a melhor luta do ano. Campeão imbatível no UFC é lenda, não existe...

"Vou ter que pedir licença por um bom tempo.

Esta noite eu estou chocado em todos os sentidos.

Não estou satisfeito com o que eu fiz.

Ele é um lutador duro.

Eu tenho que trabalhar mais, realmente."

Jones tinha até dificuldade para falar.

Estava cansado, com fortes dores e envergonhado.

Dana White era só sorrisos.

Ficou claro que, assim como Anderson Silva, Jones é humano.

E pode ser batido.

Para o presidente não interessam campeões eternos.

Está claro que haverá uma revanche.

Se for na Suécia, poderá ser a maior luta na Europa do UFC.

Com direito a dezenas de milhões de dólares em faturamento.

Glover Teixeira deverá esperar um pouco mais.

Os fãs do MMA merecem acompanhar outro combate entre Jones e Alexander.

O que se viu no Canadá foi inesquecível.

Principalmente para o prepotente campeão.

Sangrando, com o rosto inchado, e sem forças sequer para andar sozinho.

Por um triz o cinturão não foi para a Suécia.

2013 está deixando bem claro.

Acabou o tempo dos lutadores imbatíveis.

O sofrimento de Anderson Silva e de Jon Jones não é por acaso...

(Como é o caso do campeão Dominick Cruz.

Há dois anos ele não consegue lutar por causa de lesões.

Não tem cabimento mais Renan Barão continuar como interino.

Ele é o legítimo campeão dos galos.

Surrou o ex-campeão do WEC Eddie Wineland.

Depois de levar vantagem no primeiro assalto...

Terminou a luta no segundo.

Acertou um chute rodado no rosto de Wineland.

O americano desabou.

E foi coberto por socos do potiguar.

A luta estava acabada, de forma incontestável.

Dana White deu um ultimato a Dominick.

Ou ele luta no início de 2014 ou perderá o título de campeão.

E irá para quem merece.

O brasileiro Renan Barão, o melhor peso galo do UFC...)
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