Inflação da cesta básica sobe quase 27% em 12 meses, mais que o dobro da inflação

24/06/2022 11:06

Foto PILAR OLIVARES/REUTERS

 

Os preços dos alimentos que compõem a cesta básica no Brasil tiveram aumento de 26,75% nos últimos 12 meses até maio e subiram mais do que o dobro da inflação oficial do País, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 11,73% no mesmo período.

Os dados fazem parte de estudo do grupo de Ciências Econômicas PUC-PR, que desenvolveu o Índice de Inflação da Cesta Básica e representam um retrato de como a inflação tem elevado o custo de itens essenciais e prejudicado o orçamento das famílias, especialmente as mais pobres.

O indicador mede a evolução dos preços de 13 alimentos essenciais que fazem parte do consumo mensal dos brasileiros: arroz, feijão, farinha, batata inglesa, tomate, açúcar cristal, banana prata, contrafilé, leite longa vida, pão francês, óleo de soja, margarina e café em pó.

Somente no mês de maio, a alta da cesta básica foi de 0,71% sobre abril e também ficou acima do resultado do IPCA para o mês, que teve alta de 0,47%. "Quando a gente fez um recorte para a cesta básica, percebemos que a inflação é muito maior nesses itens", diz Jackson Teixeira Bittencourt, coordenador responsável pelo estudo.

O economista cita como exemplo o café em pó e o tomate, que são os produtos que tiveram o maior aumento nos últimos 12 meses, com altas de 67% e 55,62% cada, e explica que o resultado do índice é diferente do IPCA porque considera uma quantidade bem menor de produtos - apenas os essenciais para o dia a dia da alimentação da população brasileira.

"O IPCA é dividido em nove grupos. O próprio IBGE pega todos os itens que pesquisa - mais de 300 - e separa em grandes lotes. Por exemplo, alimentação e bebidas, transportes, despesas pessoais… Tem nove grandes grupos", ressaltou.

Para chegar aos números, o grupo levou em conta as despesas de consumo das famílias nas áreas urbanas, com renda de 1 a 40 salários mínimos, e analisou as variações mensais e o acumulado de 12 meses dos preços dos produtos. (R7 - Foto Pilas Olivares - Reuters)