'Maior massacre do sistema prisional do AM', diz secretário sobre rebelião

02/01/2017 13:24
Secretário de Segurança Pública (de camisa preta) falou sobre massacre em presídio (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Secretário de Segurança Pública (de camisa preta) falou sobre massacre em presídio (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, confirmou 60 mortes após a rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no km 8 da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). O motim começou no domingo (1º) e terminou na manhã desta segunda-feira (2), após mais de 17 horas. A rebelião foi considerada pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional do Amazonas". Ainda não há confirmação oficial do número de fugas, mas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) chegou a dizer ao G1 que mais de 130 detentos estão foragidos. Atualmente, o Compaj abriga 1.229 detentos.

De acordo com Fontes, todos os mortos são integrantes de uma facção criminosa e presos por estupro. Até as 10h (horário de Manaus) desta segunda, a secretaria havia contabilizado 60 mortes. O secretário afirmou ainda que uma facção rival comandou a rebelião, que "não havia sido planejada previamente". "Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiediosa do narcotráfico", disse Fontes.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Amazonas (OAB-AM), Epitácio Almeida, afirmou que a negociação com os presos começou às 20h30 (horário local). "Nós tivemos a noite mais sangrenta da história do Estado nos presídios. Eu eu o juiz Valois negociamos. Eles pediram a presença da imprensa na madrugada, mas não havia ninguém. Doze carcereiros foram feitos reféns e a possibilidade e pediram coisas que não julgamos absurdas, como garantir a integridade deles, por isso o juiz assinou com eles", explicou Almeida.

Carro do IML chega a unidade prisional  (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Carro do IML chega a unidade prisional (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A movimentação no presídio começou ainda no início da tarde de domingo. De acordo com informações da SSP, os corpos de seis pessoas - ainda não identificadas - foram jogados para fora do presídio, sem as cabeças.Entenda o caso
O motim começou na tarde do domingo (1º). Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), trata-se de uma possível briga entre facções.

Até 20h50 (22h50 no horário de Brasília), a SSP-AM afirmou que 12 agentes carcerários foram mantidos reféns. Outros funcionários que estavam na unidade prisional conseguiram escapar. Presos também foram feitos reféns, mas não há precisão em números.

Dezenas de pessoas foram para a porta do presídio aguardar informações de parentes presos. Alguns familiares também compareceram à sede do Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte de Manaus, para buscar novidades. Entretanto, a entrada de parentes e de jornalistas no local foi proibida.

Complexo Penitenciário Anísio Jobim registrou tentativas de fugas (Foto: Divulgação/Seap)Complexo Penitenciário Anísio Jobim registrou tentativas de fugas (Foto: Divulgação/Seap)