História de Chorrochó: O escritor Walter Araújo fez uma homenagem ao casal que deixou sua marça na história de nossa cidade. Nicanor e Laudemiro

03/08/2013 15:44

                      MEMÓRIAS DISPERSA DE CHORROCHÓ (IX) NICANOR E LAUDEMIRO

 

 

  Em 16.08.2011 escrevi neste mesmo espaço uma crônica sobre Laudimiro Batista Veras. Ei-la:        

                           Era começo de 1971. Passei a conviver, diariamente, com Laudimiro Batista Veras. Éramos estudantes do curso ginasial do então Colégio Normal São José, de Chorrochó. Eu, um tabaréu saído da roça, acostumado a viver entre pedras e cactos, cheio de sonhos e com perspectivas de ir muito longe em direção a novos horizontes. Ele, mais experiente, nascido na primavera de 1929, mesclando as profissões de dentista e fazendeiro, ou simplesmente, criador de algumas cabeças de gado.                                                                                                 

                      A amizade nasceu e cresceu ali, em meio às carteiras do Colégio São José. Carteira era o sinônimo que se usava, comumente, para designar as escrivaninhas do Colégio.

                      Laudimiro, exímio orador, deu-me as primeiras dicas de como falar em público. Esqueci umas, guardei outras e algumas me servem até hoje. É impossível pronunciar certas palavras, em público, sem que me venham fortes lembranças dele.

                         Hoje estive relendo um livro de autoria do médico urologista Dr. Washington José Veras Pacheco de Menezes, filho de Laudimiro. Ví, incontáveis vezes, esse menino Washington, hoje doutor e profissional respeitado, acompanhando o pai pelas ruas de Chorrochó. Membro da Sociedade Brasileira de Urologia, com passagem honrosa pela cátedra da Universidade Federal de Sergipe, o Dr. Washington certamente herdou do pai, sua maior qualidade: a humildade.

                         Laudimiro era humilde, companheiro, prestativo e, sobretudo, amigo. Deus o levou em junho de 2002, antes de completar 73 anos. Jovem ainda, porque era um idealista incorrigível e idealista nunca fica velho. Ainda guardo muitas de suas magistrais lições e lembro muitos os seus sonhos.  E a amizade construída sobre o pedestal da honradez e sinceridade.      

                               Hoje faço um adendo àquela crônica de 2011 com outra lembrança também inolvidável.         

                               No último mês de julho deste ano de 2013, Chorrochó perdeu uma ilustre filha: Maria Nicanor de Menezes Veras, viúva de Laudimiro, com quem teve os filhos Washington José Veras Pacheco de Menezes, Lincoln Marcelo Pacheco de Menezes Veras e Lídia Cristina de Menezes Veras. Era uma espécie de professora emérita do município. Emérita, porque diuturnamente respeitada, emérita porque impoluta, emérita porquanto essencialmente mestra. Pioneira no ensino ginasial e colegial, D. Nicanor foi professora no Ginásio Oliveira Brito, mais tarde cenecista Colégio Normal São José. Também advogada, participou da vida de Chorrochó em toda sua plenitude. Exemplo histórico: estava com o governador Luís Régis Pacheco Pereira na solenidade que formalizou a emancipação do município.

                          Guardo a honra de ter sido seu aluno no então Colégio Normal São José.  Ela educou gerações, semeou bondade e lucidez e, sobretudo, firmou-se como exemplo de vida e humildade. 


Escrito por Escrito por Walter

 

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Fonte: Blog do Walter Araújo