Opinião: Ódio aos políticos provoca febre intervencionista
 
           
              31/05/2018 08:23    
              									
              
	 
	 
	 
	 
		
		      
                        
                			
              
              
                      
            
          
        
	A cena se repete desde junho de 2013, quando o ronco do asfalto foi ornamentado com cartazes pedindo a volta dos militares. O apelo à intervenção militar surge nas mais variadas manifestações públicas — de festas de formatura a protestos de supostos caminhoneiros. É como se parte dos brasileiros tivesse contraído uma febre causada pela picada do mosquito transmissor da insensatez.
	Uma greve de caminhoneiros que começa sob a sombra dos empresários e termina com pedidos de intervenção militar não era greve no começo e deixou de ser de caminhoneiros no final. Era um locaute — greve de patrões. Considerando-se o que sobrou nas ruas, virou um cortejo de desordeiros.
	Intervenção militar é um outro nome para golpe militar. Como ninguém gosta da pecha de golpista, recorre-se ao eufemismo. Vale recordar que o último golpe do gênero, de 1964, durou 21 anos. Chegou sob aplausos dos civis. Deu em tortura, censura e atraso institucional.
	Por sorte, muitos querem a volta dos militares, menos a cúpula militar. Pode-se odiar os políticos e a roubalheira. Mas falar em intervenção militar às vésperas de uma eleição é como tomar veneno tendo a vacina ao alcance do dedo. Coisa de lunático. (Por Josias de Souza)
      								      		
              					
              
              
              
              					
              
              
               
                