POLICIA DA CAATINGA DE CHORROCHÓ

19/11/2012 21:37

                BREVE HISTÓRICO DE COMO SURGIU

 

 

No ano de 2001 o Departamento de Estradas e Rodagens da Bahia - DERBA estava concluindo as obras na rodovia BA 210, que liga as cidades de Paulo Afonso a Sento Sé. Devido o asfaltamento suportar veículos com no máximo 24 toneladas foi solicitado ao Batalhão de Polícia Rodoviária - BPRv que fiscalizasse essa rodovia.

Então o Tático Ostensivo Rodoviário - TOR iniciou uma operação naquela região, que foi comandada pelo à época Major PM Antônio Ferreira Fontes, subcomandante do BPRv. Com a atuação do TOR na região, foi constatada a problemática dos constantes assaltos. Fator atribuído à migração de quadrilhas de marginais advindos do Estado de Pernambuco; visto que no ano de 1997 foi criada naquele Estado a Companhia Independente de Operações e Sobrevivência em área de Caatinga - CIOSAC; que por sua grande atuação nas cidades de Cabrobó e Belém do São Francisco, afugentou os meliantes, que atravessaram o Rio São Francisco para aterrorizar os moradores das cidades baianas de Abaré, Chorrochó, Macururé e Rodelas.

No mesmo ano, prefeitos de 22 municípios do interior baiano se reuniram e criaram a Associação dos Prefeitos do Sertão Baiano - APSB, presidida por Paulo Barbosa de Deus, prefeito de Paulo Afonso-BA. À frente da APSB o Sr. Paulo Barbosa seguiu a Salvador, para cobrar melhorias na área da Segurança Pública. Inicialmente, foi sugerido que o TOR, que aqui já se encontrava, permanecesse em definitivo naquela região; posteriormente resolveram criar uma companhia nos mesmos moldes da CIOSAC, sendo assim criada a Companhia de Polícia de Ações em Caatinga - CPAC.

Numa reunião de comandantes de diversas unidades da PMBA, realizada na cidade de Teixeira de Freitas; o Comandante Geral da PMBA, na época, o Coronel PM Jorge Luiz de Souza Santos, anunciou que seria criada uma companhia especializada na área de Caatinga, e que seria sediada na região conhecida como “Polígono da Maconha”. Terminada a reunião, o Capitão PM Valter Santos de Araújo foi convidado pelo Coordenador de Operações Policiais Militares para comandar tal companhia especializada. E, foi dada a palavra ao Coronel PM Walter Leite para opinar sobre as necessidades para a criação dessa Companhia Especializada. Dias depois, o Capitão PM Valter Araújo acompanhado do 1º Tenente PM Borri apresentaram ao Alto Comando da PMBA um plano de como seria a Companhia. No dia 18 de abril do ano de 2001, na cidade de Paulo Afonso, esse mesmo plano apresentado ao Alto Comando foi apresentado aos 22 Prefeitos, integrantes da APSB, terminada a explanação a Secretária de Segurança Pública Dr.ª. Kátia Alves leu o decreto nº 7.926 que criou a Companhia de Polícia de Ações em Caatinga - CPAC, o decreto de exoneração do Capitão Valter Araújo da 25ª CIPM/ Casa Nova e a nomeação do mesmo para o comando da CPAC.

Criada a CPAC o Capitão PM Valter Araújo teve a árdua missão de providenciar os meios para que a mesma funcionasse. E, a partir de então, foram iniciados os processos licitatórios para aquisição de diversos bens permanentes e de consumo; foi providenciado junto ao Departamento de Apoio Logístico - DAL viaturas, armamentos, equipamentos e uniformes, e com os comandantes de unidades o Capitão PM Valter Araújo conseguiu garimpar o efetivo, principalmente com o 3º BPM/ Juazeiro, 20º BPM/ Paulo Afonso e 1ª CIPM/ Senhor do Bonfim.

Contrariando o projeto inicial, que era de uma companhia itinerante, foi fixada uma base no Distrito de Barra do Tarrachil, Município de Chorrochó, por se tratar de um local estratégico naquela região. O efetivo se apresentou para trabalhar, entretanto havia poucos recursos visto que foi fixado um prazo de aproximadamente dois meses para o início dos trabalhos, contudo, devido a grande necessidade da atuação desse aparato policial o tempo foi de aproximadamente 20 dias. Mesmo com essas dificuldades, a motivação do efetivo foi tão grande que conseguiu superá-las.

Com a melhora nos recursos, a CPAC aumentou a sua produtividade e ganhou nome em todo o Estado, sendo apontada como uma tropa de referência no âmbito da PMBA. No final de 2001, foi convocada pelo Comandante Geral para policiar a capital baiana, devido o movimento grevista de policiais militares; onde provou ser diferenciada, sendo a última tropa da Bahia a deixar as ruas. No retorno a Juazeiro, deparou-se com uma manifestação em Feira de Santana, onde policiais se amotinaram para tomar o 1º BPM, ameaçando os oficiais daquele batalhão. A CPAC apoiou o comando daquela unidade onde permaneceu até que fosse extinto o problema, elevando a máxima pregada para sua tropa de que ninguém ficaria para trás.

Em março de 2002, o Capitão PM Valter Santos de Araújo foi designado para fazer o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais - CAO, sendo exonerado do comando da CPAC. Em seu lugar assumiu o comando da Caatinga o Capitão PM Alexandre Motta Lima, que buscou gerir a CPAC de forma humanizada, promovendo a valorização do público interno, buscando a capacitação dos policiais e promovendo melhorias e a padronização de equipamentos e acessórios; melhorando assim a operacionalidade. No ano de 2002 os 1º Tenentes PM Henrique José Moreira Borri e Ednaldo Siqueira Vieira, foram designados pelo Capitão Motta Lima para participarem do curso de operações especiais na Colômbia. Em 2003, esses oficiais criaram o Curso de Operações Rurais - COR, que foi imprescindível na operação conjunta com a Polícia Federal, CIOSAC contra a quadrilha de Cleiton Araquan, uma das mais imponentes e perversas do Nordeste.

No ano de 2006, no mês de maio, o Capitão PM Alexandre Motta Lima foi exonerado do comando da CPAC em virtude de haver sido designado a realizar o CAO no Estado do Pará. Assume o comando da CPAC o Capitão PM José Anselmo Moreira Bispo, que foi promovido ao posto de Major PM. Devido a sua experiência no comando de outras unidades o novo comandante que conseguiu promover uma melhora significativa na administração da Companhia, pois em 2009 criou uma base em Juazeiro, fato que promoveu a facilitação nos procedimentos administrativos: licitações, serviços de manutenção, planejamento operacional, inteligência e almoxarifado. Intensificou treinamentos a fim de elevar o nível técnico e tático da tropa e tornou o Teste de Aptidão Física - TAF obrigatório para o efetivo. Enfrentou algumas adversidades principalmente no planejamento operacional, visto que houve mudança nas escalas de todas as Companhias Especializadas, interferindo na produtividade da CPAC. Em 2009, por decreto do governador do Estado a CPAC passa a chamar-se Companhia Independente de Policiamento Especializado - Caatinga, CIPE - Caatinga.

Em abril de 2010, o Major PM José Anselmo Moreira Bispo foi exonerado do cargo de comandante de CIPE - Caatinga e designado para ser comandante da 76ª CIPM em Juazeiro; assumindo o comando da CIPE - Caatinga, o Major PM José Carlos Soares Mariano, que já vinha desempenhando a função de Subcomandante nesta unidade e acabara de receber a promoção ao posto de Major PM. Desde a assunção do comando; o Major PM José Carlos Soares Mariano vem buscando elevar o ânimo e vibração da tropa como um todo; intensificando e promovendo treinamentos, testes físicos; envolvendo e comprometendo o efetivo, através de seminários e reuniões, a participar das tomadas de decisão de comando; incentivando a gestão participativa a fim de que a CIPE - Caatinga continue sendo por vários e vários anos uma das melhores tropas do Brasil, a melhor em ações na Caatinga; fator que eleva o brilho da unidade Mãe das Companhias Especializadas da Bahia.